Documentário “trashed”

TRASHED poster Neste documentário, o ator Jeremy Irons parte à descoberta da extensão e dos reais efeitos do problema global da eliminação de resíduos, enquanto viaja à volta do mundo e passa por locais que outrora foram belos, mas que agora estão manchados pela poluição.

Somos confrontados com investigações meticulosas (e corajosas) que nos levam do ceticismo à tristeza e do horror a uma ténue esperança num futuro mais consciente.

Se pensas que o lixo é problema dos outros, pensa outra vez.

IMDB: 7,6/10 | TRAILER


Este é um daqueles documentários obrigatórios para se ver e, sobretudo, para se partilhar com todos os que desvalorizam o esforço que meia dúzia faz para que se produza menos lixo, para que se acabe com o plástico ou para que se abandone esta cultura “do mais fácil”.

Eu estava preparada para o que ia ver e, mesmo assim, não estava preparada o suficiente. O filme é um murro no estômago e faz-nos questionar o que raio é que andamos a fazer ao nosso planeta. Quando é que usar e deitar fora passou a ser a norma? Quando é que deixamos de nos preocupar?

Logo numa das primeiras cenas, Jeremy Irons aparece rodeado de lixo na praia de Sidon, no Líbano. No cenário, que em tempos foi uma praia paradisíaca, somos confrontados com uma montanha de lixo hospitalar, restos de comida, animais mortos e todo tipo de resíduos produzidos pela cidade nos últimos 30 anos, que nos dá uma pequena ideia da gravidade do problema.

E desengane-se quem acha que isto apenas afeta os países do terceiro mundo. Afeta-nos a todos, só que de formas diferentes. Povoações inteiras no Reino Unido estão a ter taxas de cancro várias vezes superiores à média nacional do país por se encontrarem nas imediações de uma incineradora. Nos países nórdicos, os animais estão a morrer por causa da poluição causada por estas soluções e os solos produzem alimentos que não podem ser consumidos devido à sua toxicidade. Nos aterros, o lixo orgânico está a produzir metano (um gás com efeito de estufa 25 vezes superior ao dióxido de carbono) a um ritmo alarmante.

Não temos lixeiras a céu aberto que cobrem rios ou praias inteiras, é certo, mas temos que lidar na mesma com as consequências negativas da quantidade de lixo que estamos a produzir.

No final, percebemos que a única solução viável que pode ser adotada são metas de redução de lixo e a promoção de uma economia circular – o que, como tudo, não é nada fácil de se conseguir se não estivermos todos sensibilizados para este problema.

É por isso que cada vez mais o movimento Zero Waste faz sentido para mim: não quero (e não posso) continuar a produzir lixo de forma indiscriminada depois de saber todos os problemas e consequências que isso nos traz a nós e ao planeta.

Para quem não está tão sensibilizado para estas questões, o filme é um ótimo ponto de partida. É impossível ficar-se indiferente.

Recomendo vivamente.

 

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